quarta-feira, 14 de março de 2007

SAUDADES por Tati Oliveira, la chica de Itamaracá!

Em pensar que eu demorei quase 1 mês pra ler esse texto...agora o publico aqui, emocionada por me reconhecer nele.
Que saudades dos meus amigos, que saudades do nosso CAC do chão preto...saudades!

Saudades

O tempo é como uma gigantesca vassoura em nossa vida. Sem percebermos, ele vai varrendo horas, dias meses, anos... Consigo leva momentos mágicos e só nos permite guardá-los em nossa memória ou em nosso coração...

Quando volto à “casa da arte”, tudo parece estranho...

Já na entrada os bancos de geometria quadrada, recheados de plantas que não sei o nome, não têm a mesma alegria... Faltam aqueles grupos que dividiam conversas e se preparavam para a maratona de aulas... Era o point do aquecimento, era a prévia das aulas...

No interior do Cac ocorreu um “crac”! Houve um rompimento ou o fim da estrada que transitávamos diariamente... Por onde subíamos e descíamos as escadas semi-invisíveis que nos permitiam ver o plano superior e que, no início funcionavam como bancos para a turma da “celeuma” nos intervalos das aulas.

Nem a biblioteca é mais a mesma... Os livros parecem estar mortos naquelas estantes restauradas. Certamente sentem falta de nossas conversas em tom de cochicho, de nossas alarmantes gargalhadas acompanhadas do famoso e estridente “Shiiiiiiiiiii!!!!!!!” do povo intelectual que queria estudar...

Bons tempos eram aqueles em que cruzávamos os corredores com tortas e refrigerantes para comemorar mais um aniversário de alguém da turma... Bons tempos eram aqueles em que fugíamos mais cedo das aulas para nos abastecer de biscoitinhos, tapiocas e bombons. O legal era quando voltávamos à aula munidos de chocolates, pipocas e paçocas. Era tudo dividido e o saco da pipoca passeava pela sala, de mão em mão em plena aula, em movimentos de ida e vinda...

No fundão os bilhetinhos voavam como pássaros ou deslizavam por entre mãos de “carteiros ou pombos-correio”. Na maioria das vezes eram comentários sigilosos e engraçados sobre o professor ou sobre alguém que não era da turma, alvo da quebra da mesmice da aula... Outras vezes eram desenhos para demonstrar nossa interdisciplinaridade...

Tudo foi varrido pela vassoura do tempo.

Um dia estava só naquele corredor... Parecia que ao longe aquelas gargalhadas inesquecíveis ecoavam por entre as salas de aula. Parecia que o corredor frio pedia, suplicava a volta daquela turma, daquele povo que encheu aquele prédio de alegria e molhou, algumas vezes de lágrimas. A correria por entre os degraus não mais existe. As brincadeiras que tornavam mais infantil e menos formal o universo acadêmico foram embora, foram expulsas da casa da arte.

Prometemos matar a saudade, mas ela é quem está nos vencendo. Pólos opostos, caminhos que não se cruzam mais, ruas desertas, novos mundos... A época de nossos encontros parece que, a cada dia, vai se extinguindo. Receio que chegue um dia em que não mais tenhamos tempo de trocarmos “scraps” ou emails, pois assim como os encontros, os telefonemas também já estão sendo deixados para trás... É triste tudo isso. Mas é compreensível... Só não o é deixarmos que o tempo interceda em nossa relação e traga a indiferença quando nos cruzarmos por aí, e não falarmos nem mais um simples “olá”!

É isso... Espero que quando voltarem ao Cac, parem um pouco naquele “nosso” corredor e ouçam nossas vozes, nossas gargalhadas ecoando por entre aquelas salas. Elas estarão lá, imortalizadas para sempre a espera de alguém, como eu, daquela “celeuma” que esteja sendo vencido pela saudade.

Tati 25/02/07


3 comentários:

  1. pois é, flavinha... faço minhas as palavras de tati...

    que pena se formar... a gent eesperou um tempo arretado por isso, mas não tinha idéia do queviria junto :(
    saudades de nós todos, do tempo de ser quase adolescente... porque essa vida de adulto é foda!

    beijão!

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  2. Me hace acordar a aquel mediodía de Marzo de un año que no voy a decir (jajaja) en donde comence mi pre-escolar. Deben haber sido los 45 minutos mas largos de mi vida, rodeado de personas que no conocía y lo peor de todo, sin mi mamá!. Tenía 5 años.
    Pasaron los anos...digamos que mas de 25, y aquellas caras extrañas del primer dia son mis amigos, son aquellos con los que me veo casi todas las semanas, con los que comparti mi vida.
    El tiempo pasa ( "..el tiempo no para...") pero lo importante es no pasar el tiempo solo, y si tener junto a nosotros a aquellas personas que formaron parte de nuestra vida y de nuestras cosas.
    Besotes Flavita!

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