terça-feira, 26 de junho de 2007

Macho-Príncipe Encantado X macho-Niemeyer

O mundo é feito de conflitos. E, segundo levantamento inédito do Data-Bald, atualmente o maior duelo nas ruas, bares e inferninhos é entre o macho-Niemeyer e o macho-Príncipe Encantado.

Não digo que eles disputam espaço pau-a-pau porque poderia pegar mal para este sítio.
São estilos de heterossexuais masculinos distintos, antagônicos – em alguns aspectos -, porém esclarecedores sobre nosso tempo.

Formulo essa história após ver “Shrek 3”, nos cinemas, e conferir uma pequena entrevista do arquiteto Oscar Niemeyer na “Folha de S.Paulo”.

Hã?

Pois me espantei – no bom sentido – com as atuações femininas no filme do ogro verde (todo ogro é verde?). Elas salvam a pátria. Nada mais sintomático do que colocar num filme as meninas salvando os meninos. É assim que as coisas caminham hoje, não? Precisamos de ajuda.

Vocês se lembram do Príncipe Encantado, o vilão? Abandonado, humilhado e despejado, ele tenta a sorte como ator. Mas não abandona a vaidade e a sede pelo poder. Ele usa as mulheres apenas para conseguir algo e saciar sua própria ambição; seduz para mostrar inteligência. Um sacana interessado em si mesmo.

Quantos machos-Príncipes Encantados você conhece? É aquele heterossexual masculino convicto, nada gay (ou “viado”, pela grafia do genial Millôr), mas que detesta mulher.

Hã?

É isso aí. O rapaz curte mesmo jogar futvôlei, sair com os camaradas, deixar a mina em casa, se deliciar com o pôquer na casa do Vavá (mulher não entra), fazer academia, comentar a boa forma do Paulão, etc. Seus assuntos são extremamente MACHOS.

É sério. Ele não pretende se divorciar ou experimentar o outro universo sensorial masculino. Apenas acha mulher um saco. Bonita, jeitosa, boa mãe (aliás, ele adora a mãe), um amorzinho gostoso, mas um saco.

O macho-Príncipe Encantado é como o personagem do “Shrek”. Usa a mulherada para conquistar mais poder. Sabe que precisa de uma, mas pouco se importa com a emoção das pequenas – viram como ele explora a burrinha da Rapunzel?

O macho-Príncipe Encantado gosta de cabelo de homem, coxa de homem, jeito de homem. Adora aquelas lutas de vale-tudo. Ama um espelho. Pretende catar logo a donzela, dar um beijinho, resolver a parada e correr para encontrar os outros brothers (estes sim, sagazes e bacanas para um papo).

Ele é encantado… Com sua própria forma. É um metrossexual ainda mais daninho, pois despreza a fêmea que tem em casa.
Com todo o respeito, puxo agora o saco do macho-Niemeyer, a outra ponta da nossa história. É o cara que realmente admira o sexo feminino. Não importa o quanto ele já rodou, quantas já pegou, o que já fez, os pés que tomou, a vergonha que passou, as dores que levou, as lágrimas que chorou.

O macho-Niemeyer gosta mesmo é de mulher. Vê o homem como um dolorido e inútil apêndice. Ele gostaria de reescrever o mundo apenas para criar mulheres. E mulheres. E mais mulheres. Cada vez mais femininas, charmosas e apaixonantes.

Elegante, inteligente, bom de copo e papo, o macho-Niemeyer é um comunista do amor: todos servem apenas para amar todas.
Ele é um louco por curvas, formas e prazer. E a sua frase que define a vida?
“A vida é mulher do lado e seja o que Deus quiser.”
Quero as palavras acima na minha lápide.

Não tenho nada contra o macho-Príncipe Encantado (apesar de querer distância de um tipo assim). E fico feliz ao perceber que tem muito macho-Niemeyer chegando aos cem anos.
Mas será que um dia o macho-Príncipe Encantado conseguirá aumentar tanto seus domínios que governará este mundo? Pobres mulheres.

Posso ser pessimista, mas não acho que essa realidade está assim tão, tão distante.

Parabéns, Oscar.
por Careca

Hoje fui ao cine pra ver Shrek Terceiro. Muito bom o filme (adorei a cena das mulheres queimando os sutiãs e do biscoito cantando "pirulito que bate bate"...hehehe...quem quiser que me chame de retardada...huahuahua).

Bom....concordo plenamente com o autor desse texto. O mundo necessita de machos-Niemeyer....basta desses tipinhos macho-Príncipe Encantado.

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